Homossexualidade no Contexto Cultural Africano - Por uma rapariga nada pudica
Olá amoras,
Como estão? Sei que ando muito sumida,
mas prometo que este ano isto vai acabar eheheh!
Antes de começar este artigo super-mega-interessante gostaria de desejar-vos boas entradas.
Espero que este ano seja melhor que o
outro, que todos os vossos desejos e sonhos se realizem!
O tema de hoje é Homossexualidade no Contexto
Africano. Interessante não?
Notei que atualmente estamos tão
focadas/dos na luta contra o preconceito
racial ou sobre a igualdade de género que
acabamos por esquecer, ou dar menos atenção, às questões relacionadas com homossexualidade (no contexto
africano).
Porquê contexto africano, perguntam-me
vocês??
Como todos sabemos no continente
africano, ainda existe uma grande barreira no que toca a este tema. Não se
fala, não se sente e muito menos se vive
como estamos habituados a ver cá na Europa.
Se dizemos que Portugal é um país onde
as pessoas são preconceituosas ou homofóbicas com gays e lésbicas, então é
porque não conhecemos a realidade africana.
Para entendermos melhor esta realidade,
nada melhor que uma pessoa que convive e vive esta realidade.
Por isso hoje conversamos com Lolo
Arziki, lésbica assumida há mais de um ano, que vem falar-nos um pouco do seu
dia a dia e das suas preocupações no que diz respeito este tema.
Para a Lolo, não basta preocupar-se com
questões raciais e com questões ligada ao género, ela também precisa
preocupar-se com questões sexuais.
Enquanto nós mulheres africanas lutamos
por direitos iguais e um papel mais presente na sociedade portuguesa e mesmo na
africana, ela tem que lutar 3 a 4 vezes mais do que nós.
Ou seja ela é triplamente discriminada.
É discriminada por ser mulher, por ser mulher negra e discriminada por ser
mulher preta e lésbica.
Por isso quando falamos que sofremos
preconceito, no que toca a nossa tom de pele, ou mesmo com o nosso cabelo,
pensemos o que sofre uma pessoa com orientação sexual diferente da nossa.
Para Lolo não deveria haver nenhum
tipo de discriminação, pois a mesma afirma que «se
cada pessoa que sofre de algum tipo de discriminação não discriminasse,
estaríamos no mundo mais belo.»
Para mim isto faz tanto sentido! Consegui
entender e respeitar a Lolo tão bem!
Quando estava a Ouvir a Lolo, tudo que
ela dizia fazia-me tanto sentido, porque nós acabamos por ser hipócritas a todo
o momento. Exemplo disso é que, em várias situações das nossas vidas não
gostamos que nos façam determinadas coisas e depois fazemos o mesmo aos outros,
porque a sociedade o diz.
Lolo não consegue entender como é
possível a comunidade africana, e não só, que sofre constantemente discriminação
racial na Europa, ser a primeira a apontar o dedo.
Ela conta que em África,
especificamente em Cabo Verde, o seu país de origem, pôde sentir isso muito
bem. Diz que enquanto aqui em Portugal consegue sentir-se a vontade na rua e
andar de mãos dadas com a namorada, ou mesmo beijar publicamente, em Cabo Verde
isso é impensável. Os olhares de
desaprovação e o desprezo não a deixam sentir-se a vontade para viver a sua
vida livremente, exprimir os seus sentimentos e desejos, pois ela acaba por ter
um certo receio de andar na rua.
Por isso manas, este 1º artigo do ano,
tem como principal objetivo chamar a atenção sobre questões relacionadas com homossexualidade, homossexualidade no
contexto africano e acima de tudo, do respeito ao próximo.
Não podemos esquecer que aquilo que não gostamos que os
outros nos façam, não podemos fazer aos outros.
Nem sempre podemos concordar com as
escolhas alheias, mas cabe a nos saber respeita-las. Questões como estas merecem a nossa especial atenção, pois as
mesmas precisam ser debatidas e questionadas.
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