Homossexualidade no Contexto Cultural Africano - Por uma rapariga nada pudica

1/25/2017 10:21:00 da manhã Unknown 0 Comments

Olá amoras, 

Como estão? Sei que ando muito sumida, mas prometo que este ano isto vai acabar eheheh!

Antes de começar este artigo super-mega-interessante gostaria de desejar-vos boas entradas.


Espero que este ano seja melhor que o outro, que todos os vossos desejos e sonhos se realizem!

O tema de hoje é Homossexualidade no Contexto Africano. Interessante não?

Notei que atualmente estamos tão focadas/dos na luta contra o preconceito racial ou sobre a igualdade de género que acabamos por esquecer, ou dar menos atenção, às questões relacionadas com homossexualidade (no contexto africano).

Porquê contexto africano, perguntam-me vocês??

Como todos sabemos no continente africano, ainda existe uma grande barreira no que toca a este tema. Não se fala, não se sente e muito menos se vive como estamos habituados a ver cá na Europa.

Se dizemos que Portugal é um país onde as pessoas são preconceituosas ou homofóbicas com gays e lésbicas, então é porque não conhecemos a realidade africana.

Para entendermos melhor esta realidade, nada melhor que uma pessoa que convive e vive esta realidade.

Por isso hoje conversamos com Lolo Arziki, lésbica assumida há mais de um ano, que vem falar-nos um pouco do seu dia a dia e das suas preocupações no que diz respeito este tema.

Para a Lolo, não basta preocupar-se com questões raciais e com questões ligada ao género, ela também precisa preocupar-se com questões sexuais.

Enquanto nós mulheres africanas lutamos por direitos iguais e um papel mais presente na sociedade portuguesa e mesmo na africana, ela tem que lutar 3 a 4 vezes mais do que nós.

Ou seja ela é triplamente discriminada. É discriminada por ser mulher, por ser mulher negra e discriminada por ser mulher preta e lésbica.

Por isso quando falamos que sofremos preconceito, no que toca a nossa tom de pele, ou mesmo com o nosso cabelo, pensemos o que sofre uma pessoa com orientação sexual diferente da nossa.

Para Lolo não deveria haver nenhum tipo de discriminação, pois a mesma afirma que «se cada pessoa que sofre de algum tipo de discriminação não discriminasse, estaríamos no mundo mais belo.»

Para mim isto faz tanto sentido! Consegui entender e respeitar a Lolo tão bem!

Quando estava a Ouvir a Lolo, tudo que ela dizia fazia-me tanto sentido, porque nós acabamos por ser hipócritas a todo o momento. Exemplo disso é que, em várias situações das nossas vidas não gostamos que nos façam determinadas coisas e depois fazemos o mesmo aos outros, porque a sociedade o diz.

Lolo não consegue entender como é possível a comunidade africana, e não só, que sofre constantemente discriminação racial na Europa, ser a primeira a apontar o dedo.

Ela conta que em África, especificamente em Cabo Verde, o seu país de origem, pôde sentir isso muito bem. Diz que enquanto aqui em Portugal consegue sentir-se a vontade na rua e andar de mãos dadas com a namorada, ou mesmo beijar publicamente, em Cabo Verde isso é impensável. Os olhares de desaprovação e o desprezo não a deixam sentir-se a vontade para viver a sua vida livremente, exprimir os seus sentimentos e desejos, pois ela acaba por ter um certo receio de andar na rua.


Por isso manas, este 1º artigo do ano, tem como principal objetivo chamar a atenção sobre questões relacionadas com homossexualidade, homossexualidade no contexto africano e acima de tudo, do respeito ao próximo.

Não podemos esquecer que aquilo que não gostamos que os outros nos façam, não podemos fazer aos outros.


Nem sempre podemos concordar com as escolhas alheias, mas cabe a nos saber respeita-las. Questões como estas merecem a nossa especial atenção, pois as mesmas precisam ser debatidas e questionadas.

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